sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Entrevista | Idália Salvador Serrão


Assumir a gestão de um concelho “sem rumo, credibilidade, estratégia ou liderança” é a aposta da candidata socialista à Câmara Municipal de Santarém, Idália Salvador Serrão.
Uma gestão que passará, como garante, por valorizar o mérito e a capacidade individual e coletiva dos cidadãos e que reforce as parcerias com as diversas organizações. RUI SOLANO DE ALMEIDA
É a candidata socialista à Câmara de Santarém. Que importância atribui a esta escolha?
É com honra e muito orgulho que sou candidata do PS à Câmara Municipal de Santarém. É o concelho onde vivo, a terra onde tenho as minhas raízes. Onde fui presidente de Junta de Freguesia, vereadora e onde sou deputada municipal desde 2005. É a Santarém que quero retribuir todos os afetos e todos os ensinamentos. Por sentir que Santarém e as suas gentes sempre me acarinharam, decidi dar este passo.
Ter o claro apoio do PS apenas torna esta missão numa responsabilidade ainda maior. Sou uma mulher de desafios e de lutas e poder vir a liderar os destinos do meu concelho será o maior desses desafios. Estou na luta para assumir responsabilidades, ao lado do PS e de todos os escalabitanos.

Que balanço faz da gestão autárquica de Moita Flores e do PSD à frente do município de Santarém?
O balanço da gestão do PSD em Santarém é uma realidade amarga. Santarém é hoje um concelho sem rumo e sem credibilidade. A Câmara Municipal tornou-se um entrave ao desenvolvimento social e económico do concelho e o responsável por tanta estagnação tem um nome: PSD! É uma autarquia que não honra os seus compromissos, que a todos deve e que a todos faz promessas sem o mínimo de pudor! É um município sem liderança, sem esperança e completamente afastado das pessoas, das associações, das freguesias e dos seus fornecedores.

Moita Flores vai candidatar-se nas próximas autárquicas em Oeiras. Trata-se de uma questão formal, devido à limitação de mandatos, ou de uma fuga em frente?
Moita Flores tomou uma decisão pessoal e política ao candidatar-se a Oeiras, onde terá um combate duro pela frente. Sei que o camarada Marcos Sá será um excelente presidente de Câmara. Por isso lhe desejo as maiores felicidades
Contudo, e voltando a Santarém, com a saída do anterior presidente, o principal problema do concelho não desapareceu. O PSD continua a governar os destinos do município, sem estratégia e sem liderança! A má gestão da autarquia não foi obra de um homem só. O atual presidente da Câmara Municipal e também candidato pelo PSD às próximas eleições autárquicas, sempre fez parte dos executivos de Moita Flores. Nunca o vi votar contra qualquer proposta do Executivo, quanto muito, “perder por falta de comparência” quando foram votadas e atribuídas as medalhas de ouro do município ao Presidente Cavaco Silva e ao primeiro-ministro, José Sócrates. Aliás, algumas das maiores debilidades do concelho, como o lixo permanentemente amontoado nas nossas ruas e a ligação com as freguesias, sempre foram da responsabilidade de Ricardo Gonçalves. E nesse aspeto a responsabilidade do PSD é inequívoca. Foi com o PSD que Santarém chegou a este estado de estagnação.

Que podem esperar os escalabitanos de uma administração socialista e que prioridades vai assumir?
Estratégia, planeamento, responsabilidade e liderança são os compromissos do PS para o concelho de Santarém. Uma governação com afeto e responsabilidade. Que valorize o mérito e a capacidade individual e coletiva de empreender. Que reforce as parcerias com as organizações e com os cidadãos. Que respeite a identidade do concelho. Não irá haver espaço para ações sem planeamento, para irresponsabilidades ou para desperdícios. Santarém terá um rumo pautado pelo rigor, simultaneamente direcionado para todos os cidadãos. Um cêntimo mal aplicado é um cêntimo que não se direciona para o desenvolvimento. Daremos a conhecer oportunamente aos escalabitanos aqueles que são os nossos compromissos.

Que repercussão terá para o concelho de Santarém a anunciada redução de juntas de freguesia?
Em Santarém, tal como no resto do país, o PSD assumiu as rédeas de um processo feito à pressa, não ouviu nem respeitou os eleitos nas freguesias, nem a população. Foi o PSD, contra a restante oposição e a esmagadora maioria das assembleias de freguesia, que decidiu de uma forma autoritária e pouco democrática extinguir nove freguesias do concelho! Aliás, o PSD de Santarém foi “mais papista que o Papa”, pois achou por bem eliminar mais freguesias do que aquelas que a lei impunha. Em Santarém, o PSD risca do mapa freguesias com história, com património e com identidade.

Como pensa atuar perante a instabilidade criada pelo Governo com as transferências financeiras para as autarquias?
É verdade que este Governo tem feito um ataque vil ao poder local e às populações. No entanto, a instabilidade financeira que se vive em Santarém nem é da culpa exclusiva da “crise” nem do Governo. Resulta das más opções e da incapacidade de gestão demonstrada pelo PSD nos últimos anos. Quando assumirmos a liderança do município bater-nos-emos por uma negociação de meios e competências que não maltrate Santarém e reforçaremos a posição da autarquia junto da ANMP. Queremos que a Câmara de Santarém seja reconhecida pela assertividade, credibilidade e capacidades de diálogo e negociação, contrariando a imagem que hoje transmitem os responsáveis do PSD.

PERFIL | Frequentou a Escola de Música do Conservatório Nacional. Lecionou Violino e Educação Musical. Violinista profissional. Trabalhou numa instituição bancária. Manteve atividade empresarial na produção de conteúdos audiovisuais. Presidente de Junta de Freguesia. Vereadora com competências delegadas. Secretária de Estado nos XVII e XVIII Governos Constitucionais. Deputada à Assembleia da República. Deputada Municipal. Presidente da Assembleia da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo. A concluir a licenciatura em Ciências Sociais-Serviço Social.

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